Na manhã seguinte, Budapest está à nossa espera. Acordamos cedinho, vamos comprar os bilhetes para Bratislava e seguimos caminho para o lado Buda da cidade. Daí avistamos ao longe o Parlamento (WOH!!!) e subimos a colina para ver o Fisherman´s Bastion, a St.Mathias Church e o Buda Royal Palace. A grandiosidade de Praga sem metade dos turistas. O sol aquece e as garrafas de água esvaziam-se em 15 minutos... 33º! Magnificiência. Já quase com uma quebra de tensão de calor e fraqueza, apanhamos um autocarro para descer para o lado Pest. Depois de um momento chillout num lago de vidro e de mais um fast-almoço, fazemos a avenida Andrassy que é a principal artéria da cidade. Agora mais compreensível. Ao lado da Gucci estão casas abandonadas. Um palácio em ruínas para venda. Um ferrari que passa. 5 pessoas a dormir na rua. Mais 20 no túnel do metro... Arrepio. Diferença. Já na recta final, a avenida foi encerrada ao trânsito e damos por nós numa feira popular, de estilo gastronómico-cultural com música e artesanato à mistura. Uma delícia e um medo para a carteira, que isto de ser backpacker exige muito controlo! No fim da avenida temos a grandiosa Heroes Square com dois museus nacionais no enquadramento. Atrás, um jardim cheio de sombras que nos raptam para o descanso e depois um palácio, diria eu, medieval. Excelente. O dia tinha sido longo e cansativo. De volta ao hostel comunicamos com o mundo, jantamos reservas de pão e queijo, conversamos em inglês com outros viajantes e saímos mais tarde para um mero passeio. Seguimos a Fashion Street em direcção ao rio. Hostéis de luxo e esplanadas iluminadas. Seguimos o vento e ao longe avistamos o Buda Royal Palace iluminado e a Chain Bridge! Tão grandioso. Tão único. Voltamos para o hostel cedo por duas razões: a reserva de “coisas”, neste caso, forints húngaros, na carteira está esgotada e no dia seguinte, às 6h30 da manhã estávamos de partida para a capital de Eslováquia,a cidade do filme Hostel, Bratislava! Budapest pede mais tempo. Muito mais tempo!
Brastislava é aquela capital que deve muito ao nome. Se calhar tão pequena como Ljubljana, não tem sequer um terço da sua doçura. Chegamos ainda cedo, mas é domingo e tudo está fechado. Facilmente encontramos o hostel. Aqui chegadas, é tempo de espera para fazer o check in. A cidade aguarda-nos mas enquanto não seguimos caminho, comunicamos com o mundo e tentamos fazer o roteiro de Vienna acabando por nos perder nos mapas e caminhos desta cidade que se adivinhava estonteante. Conversas com backpackers. Um escocês que saiu de casa há 15 anos, mas não lhe dou mais de 40 de idade. Viajou pela África toda, e Ásia também. Ao ouvi-lo falar, a inveja apodera-se. Pensa em todos aqueles locais que nunca pensas conseguir ver.. Tudo tudo. Ele esteve lá. Viveu lá. Como vive? Dando aulas de inglês pelo mundo fora. Agora está em Bratislava. Acredita que o país tem uma economia forte e que o Euro não será benvindo. Diz que agora quer conhecer a Europa. A Eslováquia é central. Tem razão.
Seguimos para o centro a pé. Primeiro para ver a igreja azul, sim é catita. Depois pela marginal do rio e depois a subida ao castelo. Ai. O calor terrível. O cansaço que já vem de Budapest. A desilusão da paisagem. O castelo é giro, mas não é muito antigo e a reconstrução retirou-lhe os traços originais. Paramos em cada sombra. Sentamo-nos em cada banco. Já está a custar mais do que devia!! De descida para o centro, as ruas mostram-se arrumadas e bonitas. O teatro nacional é de longe o edificio mais imponente. Por entre as ruas algumas esculturas dão espaço para fotos menos standard. Seguimos caminho para o hostel. Paramos para comprar o jantar e a noite acaba a ver as notícias da CNN e um filme na sala de convívio por entre puffs e projectores. Dia seguinte: Vienna!!!
O caminho para Vienna é curto. Não consigo dormir com a ansiedade. Sempre fui assim. Chegamos, vamos logo ao supermercado porque aqui vive-se bem demais. Compramos um passe de 24h para o Metro e seguimos em busca do hostel. Blue Corridor de seu nome. À saída do metro deparamo-nos com mais uma fashion street: todas as lojas, todas. E um starbucks mesmo a jeito à nossa espera! Encontramos o hostel mas parecia abandonado e na porta um papel a informar que a recepção tinha mudado de rua. Chegamos, uma senhora asiática de inglês estranho atende-nos muito à pressa e sem explicar grande coisa. Daí, com as chaves, seguimos para outro edifício. A cave. Escondida. Ilegal em cada canto. Outros viajantes acabados de chegar riem-se do mesmo que nós. Mas que sítio é este!? A mim, ninguém me demove da ideia que aquilo era um antigo restaurante chinês que foi fechado. A julgar pelo balcão meio encoberto e a arquitectura das casa-de-banho. Tirando isso, tudo era pré-fabricado, sem janelas e com tubos de qualquer coisa a passar a meio metro dos beliches de cima. Um frigorífico. Uma mesa. Nada mais. Estranhíssimo! Bem, uma noite não dói. Ao menos há lençóis de hospital e colchões! É o que dá ficar no hostel mais barato de Vienna de Áustria!! Saídas dalí, o primeiro ponto de paragem, mais fora do centro foi o Schobrunn Palace. Morada da família real do império áustro-húngaro e da famosa princesa Sissi! O Palácio, os jardins (que contam o mais antigo zoo do mundo e um labirinto de ciprestes) e a Gloriette lá no alto. De arrepiar!!! Mesmo. Não tenho palavras. Grandioso. Ilustre. Perfeito. Sonho. Estávamos a começar bem. Vienna mostrava ali todo o seu encanto.
Seguimos para o centro. Começamos pela ópera, subimos a avenida principal até à SthephansPlatz onde a catedral gótica mostra a sua grandiosidade. Mais uma vez sem palavras! À volta esplanadas, lojas e um ambiente genial. Seguimos caminho pela Graben. Provavelmente a rua mais bonita do mundo... Nada mais consigo dizer. Damos a volta pela MichaelerPlatz e mais uma vez ficamos sem respiração. A cruzar a biblioteca nacional e a Albertina, deparamo-nos com um bejo jardim rodeado de palácios, como em tudo em Vienna, e uma pequena multidão de jovens a apreciar o sol e a relva enquanto se conversa, lê, toca ou ouve música. Deixamo-nos sentar. Tão bom.
Mais uma vez seguimos caminho, mas ao chegar ao palácio real a desilusão instala-se. A partir dali o caminho estava condicionado graças ao Euro2008. A partir dali estava a ser montada uma estrtura para assitir aos jogos e receber os adeptos, FanZone. Basicamente estragar a beleza de tudo aquilo que ainda havia para ver. Mas vimos, assim um pouco mal, mas vimos!! O Parlamento, o Rathaus e o Burgtheater... Já não havia folgo! Tanto para o cansaço como para a cidade. Vienna não pára. A cada esquina há algo ainda mais bonito! Tanto tanto, tão genial que irrita! Voltamos para a avenida paralela à rua do hostel e acabamos a tarde à conversa no starbucks. Ao menos que o preço de um mini brownie e um café valha a pena!
Na manhã seguinte fazemos o check out, mas ainda desconfiadas deixamos as mochilas no hostel para tentarmos ver mais um pouco desta maravilha chamada Vienna de Áustria. Partimos de manhã, ainda com o mesmo bilhete de metro, ainda vemos a Karlskirshe e damos por nós no Museum Quartier. Um encanto para qualquer amante de arte, num quarteirão onde vivem pessoas e onde confluem todos os grandes museus de Vienna. No centro uma esplanada, um café e umas long chairs para variados efeitos. Ler, estudar, conversar e ouvir música. Os bilhetes para os museus oferecem várias opções. Não temos dinheiro nem tempo para entrar em nenhum. Como não há dúvida que Vienna é para voltar, não me preocupo. Para voltar? Vienna? Vienna é uma cidade para se viver!! Não tenho palavras. TUDO É BONITO. Não há rigorosamente nada feio em lado nenhum. As ruas, as esquinas, a relva, as pessoas, os cafés, o ritmo, o metro, o eléctrico, o sol, a luz. Tudo é lindo em Vienna. Tudo. Nunca pensei que fosse possível. Mais uma vez, e uma vez mais, a Áustria confirma-se como a minha paixão europeia. Seguimos estoiradas para o comboio. No tempo de espera ainda damos uma espreitadela no Belvedere. Mais um palácio/galeria de arte onde a colecção de Klimt é a obra por excelência. Folgo, onde estás? De volta a Ljubljana. Espírito renovado e objectivos cumpridos. Cidades de sonho e momentos únicos. Budapest, tanto mais por descobrir e entender. Bratislava, a pequena, bela ostracizada no meio das outras duas. Vienna, futura morada?