terça-feira, 28 de outubro de 2008

The end.

A chegada a Lisboa não podia ter sido de outra forma. Se assim o desejei, assim o tive. Obrigada. Umas 10 pessoas estavam à minha espera no aeroporto. Amigos. Aqueles Amigos. Os meus pais nada sabiam...para eles a filha só chegava no dia seguinte.

Os abraços que valem por 5 meses. Foi bom, óptimo, único. Mas vocês são vocês.

Faço uma paragem estratégica no café do costume do meu bairro. Um Delta!! AAHH!! Aí matamos as saudades mais instantâneas. Mutuamente. Umas horinhas depois é tempo para a surpresa. Pobre mãe. LOL Abre a porta e vê-me. Quase que morria de coração de tanto choro e tanto riso ao mesmo tempo. Jantar em família, com o irmão cúmplice da estratégia ao lado. Saída para mais um café. Conduzir! O meu Ax!!!!! AAHH!!

As horas passam longas e recheadas de tanta coisa. Cafés, saídas, passeios turísticos, praia, sol, vento, mar, cafés, viagens, música, copos, vestidos, sorrisos e momentos. Foi assim o verão, de volta ao meu normal. O verão perfeito, com tempo para tudo e para todos. Com tempo para não lembrar a doce e pequena Ljubljana. Com tempo para aproveitar tudo aquilo de que tinha saudades cá.

Até que o Outono cai e o frio faz-me ir buscar aqueles casacos que usava todos os dias. Dias na Eslovénia, quando saía de casa, pegava na bicicleta Maria e fazia-me à ciclovia de caminho para a faculdade. Dias de -7ºC. Sorrio mesmo ao lembrar esses dias. Porque o frio não me gelava a felicidade.

“Erasmus? Sinto que foi sempre um sonho!” De sonho, a realidade. De realidade, a passado. Cumprido. Concretizado. Explorado. Vivido. Com tudo aquilo a que tinha direito... Venha o próximo! =)



BEOGRAD, SERBIA and The Final Countdown. 19 a 26 Junho 2008

Caros leitores. Venho pedir desculpa. Sim, deixei-vos sem relato. O tempo escapou-se entre as mãos e o pensamento. Estou em casa há 4 meses. Lisboa já não me é estranha. O vento já não sabe bem como soube nos primeiros tempos. Parece que nada aconteceu e que tudo está igual. Venho apenas dar-vos a conhecer como foram os meus últimos dias de Erasmus na Eslovénia. A saudade fez-me voltar a olhar para as fotografias (algumas porque são cerca de 6000...) e voltar a escrever sobre aquela que foi a experiência mais desafiante e diferente da minha vida.


O destino final, ainda em tempo de viagens no leste, foi Belgrado, capital da Sérvia e da Ex-Jugoslávia. Era um dos objectivos, que quase não se cumpria pois naquele mês Liubliana era já despovoada de alunos Erasmus. Acabei por ter a companhia da Ivana, do SOU, e melhor assim! Foi perfeito.

À chegada lembro-me do pânico de não conseguir processar qualquer informação escrita nas ruas devido ao alfabeto cirílico. Depois, o café turco. O que é que tem de diferente? Bem, é muito preto, sem creme, longo, e no fim tem uns bons 2cm de borras... Sabe bem mesmo assim. A Ivana só se ri do meu espanto, já que em Portugal tal coisa seria inadmissível! Seguimos até à casa de três estudantes onde iamos dormir as próximas noites. Uma delas amiga da Ivana, a Dragana.

Graças a esta companhia balcânica, posso dizer que conheci a Belgrado frequentada por estudantes. Os cafés, as discotecas, as tascas, as lojas... O dia seguinte quase parecia um dia de Julho em Lisboa. Fomos de manhã para uma piscinas, já que os 40º não nos permitiam qualquer tipo de mobilidade confortável no centro da cidade. O fim de tarde é passado numa esplanada na parte velha, o jantar é com amigos e vinho, e à noite, as discotecas/barco, que são estruturas flutuantes, fazem-se estremecer de techno e house music. Excelente ambiente e excelente companhia.

As conversas voam entre música, cultura e cinema. Política, guerra. Nato ou não Nato. Sim, isso mesmo. Meteram-se na brincadeira comigo... “You, NATO-countries, think that everything is so easy...!” Pessoas com tanto para contar. Tanto sobre o qual podem opinar.

No dia seguinte, eu e a Ivana seguimos para conhecer melhor o centro. Almoçamos Chepavtchichi (já nem me lembro como é que se escreve...) por 3€. À noite, eles dizem que me querem levar às ruas mais típicas onde há uns barzinhos e bom ambiente. Dizem-me que muitos turistas acham aquela zona exótica e exuberante. Mal passamos a esquina, dou comigo numa rua de calçada castanha, a subir, com casinhas pequenas e varandas cheias de flores. Em cada porta há uma tasca. A música sérvia/cigana ecoa nas paredes. Mas?? Estou em Alfama?? =) Nenhuma outra cidade se tinha mostrado tão parecida com Lisboa. Nas pessoas, nas conversas, no ritmo, nos hábitos, nas música. Parecia o bairro alto, as pessoas juntam-se para jantar e a meio da noite já todos dançam e cantam uns com os outros graças à Rakia que é a aguardente deles... Senti-me muito bem, mesmo. Adorei a cidade, apesar de parecer insegura e ainda fechada aos turistas. Belgrado, tem as suas razões para ser o que é. Como todas as outras cidades do mundo.

























































































































































Os últimos 3 dias foram passados em despedidas. Em arrumações de bagagem e despachar por correio uns 14kg (sendo que depois no avião tinha ainda 16kg extra...). Despedir-me das pessoas, do rio, do castelo, das pontes, das ciclovias. Da residência em Vilharjieva, do SOU, do Mercator, do housekeeper, do Parlment, do Preseren, do KMS, da Lasko e da Union, da Mobitel, do Skelekton, de Metelkova, da Maria desaparecida, das outras biciletas, dos cupões!! Fui almoçar ao Joe Peñas com tudo a que tinha direito!! Despedir-me da Ivana, do Marin, da Ursa. Da Beate, do Nicolas e da Vanessa. Da Emilia, da Joanna. Da Aysegul. Do Rok e do Stefan. Do Martin e do Kevin. Do Andrew e do Joffrey. Do Ubald e da Charllote. Da Rita. Dele. E Dela.

Na última noite jantei com os portugueses resistentes (os Maiores!) na Ljubljanski Dvor, onde as pizzas são maiores que as mesas!! Seguimos um pouco para Metelkova para fazer tempo para o comboio que às 2h22 me levaria até Veneza. Despedidas finais, abraços que ficam e o pânico de levar toda a bagagem comigo.Um trolley gigante, uma mochila de campismo 60lt, outra mochila de 30lt e a minha mala enorme. Ao menos tive companhia! O Guimas!! Íamos no mesmo dia, mas depois os vôos eram diferentes. Bom assim.














































































































terça-feira, 8 de julho de 2008

Há mar e mar – Portoroz, Izola, Slovenija – 18 Junho

A contagem decrescente do meu Erasmus começa (a esta altura faltam menos de 10 dias...) e não podia deixar a Eslovénia sem visitar a costa. São meros 40km de linha marítima mas que fazem parte deste país tão pequeno e tão rico. O meu vizinho esloveno do dormitório, o Rok disse-me uma vez que há um ditado popular que diz que quando deus fez a Eslovénia ele usou um pouco de tudo aquilo que lhe tinha sobrado: calor, frio, sol, chuva, neve, mar, verde, azul, vermelho, amarelo, preto, branco... E pensando bem é verdade. Nunca pensei, depois de me ter nevado em cima em Março, que poderia andar em Ljubljana de chinelos e saia com mais de 35º. Nunca pensei que para além de turismo de neve, pudesse nadar no mar adriático no Verão. A Eslovénia é um dos países mais pequenos da Europa onde se pode sentir um pouquinho de tantas culturas e ver paisagens naturais tão diferentes!

Assim combinamos, carro alugado (o mesmo que aluguei com o meu irmão) e seguimos caminho eu, a Emilia da Polónia e duas moças da Sérvia rumo ao sudoeste desde país. A viagem desde Ljubljana não demora mais de 2 horas e à chegada a paisagem deixa-me em silêncio. Costa Adriática que, tal como, na Croácia, é totalmente mediterrânica. Mar azul claro, calmo e ilhéus que não deixam adivinhar o horizonte. Paramos em Portoroz. Calçadão, lojas, restaurantes, palmeiras e pequenas embarcações de lazer povoam a baía. Apanhamos sol, nadamos e deixamo-nos ficar algumas horas. Habitat natural é o sentimento, confesso. Não havendo praia, estendemos as toalhas no calçadão e mergulhamos de uma jangada que havia ja alí. Cada vez mais, nada me faz desacreditar que o sol dá felicidade ao ser humano. Pena ter chovido em Ljubljana no dia anterior e não ter tido coragem para levar as minhas havaianas. Depois de uns mergulhos e uma corzinha menos fantasmagórica no corpo, seguimos até Piran que é a ponto mais oeste da Eslovénia. Aqui, bem que tentamos mas não temos lugar para estacionar o belo veículo. Damos três ou quatro voltas à pequena vila e seguimos. Nada podíamos fazer. Paramos então, por acaso, em Izola. Visita ao supermercado e piquenique à beira-mar. Neste momento o facto de não haver um extensa praia de areia torna-se positivo. A pequena vila revela-se a mais bonita das que visitei. De um lado da baía uma longa praia, do outro a pequena marina e alguns pontões. Deixamo-nos ficar em conversas e damos por nós numa esplanada a ver o pôr-do-sol. Melhor impossível. Um dia diferente. Um dia acalorado. Um dia especial com o toque final da condução deliciosa até Ljubljana e o jantar no Zong Hua.



































domingo, 6 de julho de 2008

POLAND. Krakow. Auswitch – 8 a 11 de Junho

A viagem a Cracóvia (a 2ª cidade da Polónia) estava pensada por mim desde a partida de Lisboa. A mais longa mas uma das mais desejadas. A proximidade relativa não me iria permitir de desistir de visitar este local. Partimos no dia 8 de manhã, numa tal mistura cultural: eu, a Rita, o Pedro e a irmã Andreia, o James (UK), o Martin, o Kevin e o Thomas (França) e o Stefan (Alemanha). A carrinha de 9 lugares parecia-nos simpática. Mal imaginávamos nós as longas horas de estrada que se seguiam.

O objectivo do dia era fazer os cerca de 900km o mais depressa possível e chegar à cidade antes da hora de mais um grandioso jogo de futebol do europeu: Alemanha-Polónia. Quase quase que conseguíamos, não fossem as estradas traiçoeiras, confusas e de placas ilegíveis!! Apesar de moídos pela viagem, pousamos as mochilas no hostel, que se revelou dos melhores até então, e seguimos para um café/cinema/bar mesmo ao lado. O Stefan, lá muito encolhido, furou a multidão de uns 100 polacos eufóricos para arranjar um lugar mais perto da televisão. Nós ficamos mais atrás a assistir ao espectáculo. Que loucura, que agressividade... POLSKA POLSKA!!! Se nós portugueses somos conhecidos por sermos barulhentos, então creio que quem o diz não assistiu ao mesmo que eu... De volta ao hostel, o Stefan lá pode dar largas à sua alegria pela vitória, e daí seguimos para o centro a pé. A cidade começava já a surpreender!! A praça do mercado. Linda, enorme, iluminada. Cheiro a Praga em todas as esquinas! Ainda entramos num bar mas o cansaço venceu-nos... Amanhã era “modo” turismo!

Saímos de manhã com o nosso guia de um dia em Krakow e entramos numa das mais antigas portas da cidade muralhada. Seguimos a avenida principal em alegre converseta até que chegamos de novo à praça principal. O enorme mercado no meio, a igreja e a torre de relógio... Continua a lembrar Praga! Damos uma volta e ficamos a saber que é a maior praça medieval da Europa! Lindo. Lindo. Continuamos caminho pelo centro, e visitamos o castelo e a catedral. Almoçamos num restaurante ao acaso, em que a comida polaca se revela simpática: BIGOS! Não é massa atenção... =)
Durante a tarde, já na companhia da Ewelina que estava há uma semana de volta a
casa, visitamos o bairro judeu e vamos até às portas da Fábrica de Schindler. Não pudemos entrar, estava em obras para ser construído um museu. Ao menos isso.
Nessa noite, a busca de poiso foi simples. Alta rambóia numa discoteca de Erasmus!!
Brutal. Ainda conheci um português (claro está...) e mais uns amiguinhos internacionais. O ambiente é similiar ao de Ljubljana e sinto-me confortável. Cervejas e dançar até mais não, com a confirmação que as polacas são mesmo das mulheres mais bonitas da Europa!

































































































Auswitch-Birkenau

Na manhã seguinte o destino estava programado. Visitar o local mais, como direi, respeitável da história do século XX. À chegada, optamos por ter uma guia para o nosso grupo. Óptimo! Para além de mais barato, a personalização da visita seria positiva... Facto é, que assim não o foi. Por razões que só historicamente podem ser entendidas. Foi há pouco tempo que tudo aconteceu. Muito pouco tempo... Assim conhecemos a pessoa que por 2 horas e meia nos ia mostrar aquele sítio, a primeira questão foi a nossa nacionalidade. Gelo a partir do momento em que ela percebeu que havia um alemão no grupo. Já me tinham avisado disso mas nunca pensei que assim fosse. As visitas guiadas ao campo de concentração de Auswitch- Birkenau são direccionadas consoante o grupo. Se são só polacos é uma coisa, se é internacional é outra, se há algum alemão no grupo, o discurso altera. Facto é que a partir desse momento a guia entrou em “modo” automático. Mais valia ter alugado um guia áudio ou mesmo singir-nos ás placas informativas que preenchem o local. Durante toda a visita nunca se mostrou confortável, à vontade, afável ou simpática. A frieza preencheu-lhe os olhar. Mais certeza tive disto quando cheguei a Ljubljana e de imediato a Emilia e a Joanna da Polónia me enchem de perguntas sobre a nossa viagem, e em particular sobre a visita aos campos de concentração. “Então, e o que é que achaste dos filmes?”, “Quais filmes?” digo eu. “Aqueles filmes que mostram sempre no início ou no fim. Filmados lá dentro na altura...”, “Ah, não vimos...”, “ A sério? É a parte pior, é super chocante. Muita gente saí de lá a chorar...” Conclusão: sim, a visita foi tendenciosa e parcial. À parte desta situação que sem dúvida merece análise, o que posso dizer de Auswitch-Birkenau é tudo o que se imagina. "O trabalho liberta", diz à entrada. É desértico, seco, silêncioso, enorme, plano... As casas, que mais parecem estufas, correctamente alinhadas entre largos corredores. As torres de vigia. A linha do comboio. As várias vedações de arame farpado. Os microfones nos postes. As camas. Melhor, as placas de madeira com menos de 2 metros quadrados onde dormiam 5 pessoas. O memorial que tomou o lugar do crematório. Solene. Real. Dentro de alguns blocos são mostradas fotografias, histórias, caras e objectos pessoais das vítimas. Uma vitrine de malas. Outra de óculos. Outra de sapatos. Outra de cabelo. Sim, literalmente uma montanha de cabelo que depois seria usado para fazer tecido... Vêem-se as tranças e os laços ainda. Números que arrepiam. Impossível não sentir tudo aquilo. Impossível haver um momento de riso. A crueldade de 1 milhão e meio de mortos alí, fala mais alto. Ecoa em todas as esquinas. Um monumento vivo. Um local de culto. Para que nunca se esqueça o que alí aconteceu.






























































































Saímos de Krakow na manhã seguinte. O plano era ir até Budapest para dormir lá uma noite já que, em quilometros, a capital da Húngria (onde tinha estado na semana antes) fica a meio caminho de Ljubljana. Pegamos num mapa e lá vamos nós! Era já muito tarde quando passamos a fronteira para a Húngria... Aí, o local mais lindo alguma vez descoberto por acaso... A fronteira fico no alto de uma montanha, verde e limpa. O sol brilha e o céu azul faz o contraste. Qual paisagem de conto de fadas! Caminhamos pelos campos e tiramos algumas fotos. O cansaço já se instalava... Pegamos de novo na amiga carrinha e por entre placas ilegíveis e terras desconhecidas, paramos num cafezinho de beira-de-estrada, já na Eslováquia para ver o jogo de Portugal-Turquia. Ganhámos!! O mapa de estradas era agora demasiado complexo. A horas alongavam-se e em Budapest nem um hostel estava reservado. Desistimos da ideia e seguimos o mais rapidamente que conseguimos até Ljubljana onde chegamos às 3h da manhã. Final aconselhado para uma das melhores viagens desde ciclo!






























domingo, 15 de junho de 2008

BUDAPEST, BRATISLAVA e VIENNA 31- 3 Junho

A voltinha do costume, como eu lhe chamo, já foi feita por quase todos os Erasmus em Ljubljana. São três capitais (Húngria, Eslováquia e Áustria), relativamente perto umas das outras, com muito para descobrir. Assim sendo, eu e Rita maria lá seguimos viagem na madrugada de dia 31. Comboio para Budapest 9 horas, depois autocarro para Bratislava 3 horas, autocarro para Vienna 1 hora e comboio de volta a Ljubljana 5 horas. Chegamos a Budapest e, devido ao trabalho de casa mal feito, achávamos que fazíamos a cidade a pé. À chegada, com as mochilas às costas, a preocupação era comprar o bilhete para Bratislava antes de seguir para o hostel que nos esperava. Sem mapa e com indicações pouco precisas o resultado foi uma caminhada de quase 1 hora até chegarmos às bilheteiras pretendidas. Problema: já estavam fechadas! Teríamos de voltar na manhã seguinte! Lá nos endireitamos na rede de transportes e chegamos ao hostel mais que exaustas. Tomar um banho, descansar e sair para jantar MacDonalds (sim, sim, tristemente a ementa frequente desta viagem!) e dar uma volta à noite. A cidade já se compreendia. Grande, movimentada, cheia de gente de todas as idades. Estranha no entanto... O hostel revelou-se uma pequena casa! Cozinha comunitária, com frigorífico e todas as condições, pequeno-almoço simpático, terraço com vista para a ópera e backpackers multinacionais que conversam alegremente na sala de convívio com uma televisão e dois computadores...

Na manhã seguinte, Budapest está à nossa espera. Acordamos cedinho, vamos comprar os bilhetes para Bratislava e seguimos caminho para o lado Buda da cidade. Daí avistamos ao longe o Parlamento (WOH!!!) e subimos a colina para ver o Fisherman´s Bastion, a St.Mathias Church e o Buda Royal Palace. A grandiosidade de Praga sem metade dos turistas. O sol aquece e as garrafas de água esvaziam-se em 15 minutos... 33º! Magnificiência. Já quase com uma quebra de tensão de calor e fraqueza, apanhamos um autocarro para descer para o lado Pest. Depois de um momento chillout num lago de vidro e de mais um fast-almoço, fazemos a avenida Andrassy que é a principal artéria da cidade. Agora mais compreensível. Ao lado da Gucci estão casas abandonadas. Um palácio em ruínas para venda. Um ferrari que passa. 5 pessoas a dormir na rua. Mais 20 no túnel do metro... Arrepio. Diferença. Já na recta final, a avenida foi encerrada ao trânsito e damos por nós numa feira popular, de estilo gastronómico-cultural com música e artesanato à mistura. Uma delícia e um medo para a carteira, que isto de ser backpacker exige muito controlo! No fim da avenida temos a grandiosa Heroes Square com dois museus nacionais no enquadramento. Atrás, um jardim cheio de sombras que nos raptam para o descanso e depois um palácio, diria eu, medieval. Excelente. O dia tinha sido longo e cansativo. De volta ao hostel comunicamos com o mundo, jantamos reservas de pão e queijo, conversamos em inglês com outros viajantes e saímos mais tarde para um mero passeio. Seguimos a Fashion Street em direcção ao rio. Hostéis de luxo e esplanadas iluminadas. Seguimos o vento e ao longe avistamos o Buda Royal Palace iluminado e a Chain Bridge! Tão grandioso. Tão único. Voltamos para o hostel cedo por duas razões: a reserva de “coisas”, neste caso, forints húngaros, na carteira está esgotada e no dia seguinte, às 6h30 da manhã estávamos de partida para a capital de Eslováquia,a cidade do filme Hostel, Bratislava! Budapest pede mais tempo. Muito mais tempo!




















































































































Brastislava é aquela capital que deve muito ao nome. Se calhar tão pequena como Ljubljana, não tem sequer um terço da sua doçura. Chegamos ainda cedo, mas é domingo e tudo está fechado. Facilmente encontramos o hostel. Aqui chegadas, é tempo de espera para fazer o check in. A cidade aguarda-nos mas enquanto não seguimos caminho, comunicamos com o mundo e tentamos fazer o roteiro de Vienna acabando por nos perder nos mapas e caminhos desta cidade que se adivinhava estonteante. Conversas com backpackers. Um escocês que saiu de casa há 15 anos, mas não lhe dou mais de 40 de idade. Viajou pela África toda, e Ásia também. Ao ouvi-lo falar, a inveja apodera-se. Pensa em todos aqueles locais que nunca pensas conseguir ver.. Tudo tudo. Ele esteve lá. Viveu lá. Como vive? Dando aulas de inglês pelo mundo fora. Agora está em Bratislava. Acredita que o país tem uma economia forte e que o Euro não será benvindo. Diz que agora quer conhecer a Europa. A Eslováquia é central. Tem razão.

Seguimos para o centro a pé. Primeiro para ver a igreja azul, sim é catita. Depois pela marginal do rio e depois a subida ao castelo. Ai. O calor terrível. O cansaço que já vem de Budapest. A desilusão da paisagem. O castelo é giro, mas não é muito antigo e a reconstrução retirou-lhe os traços originais. Paramos em cada sombra. Sentamo-nos em cada banco. Já está a custar mais do que devia!! De descida para o centro, as ruas mostram-se arrumadas e bonitas. O teatro nacional é de longe o edificio mais imponente. Por entre as ruas algumas esculturas dão espaço para fotos menos standard. Seguimos caminho para o hostel. Paramos para comprar o jantar e a noite acaba a ver as notícias da CNN e um filme na sala de convívio por entre puffs e projectores. Dia seguinte: Vienna!!!
























































O caminho para Vienna é curto. Não consigo dormir com a ansiedade. Sempre fui assim. Chegamos, vamos logo ao supermercado porque aqui vive-se bem demais. Compramos um passe de 24h para o Metro e seguimos em busca do hostel. Blue Corridor de seu nome. À saída do metro deparamo-nos com mais uma fashion street: todas as lojas, todas. E um starbucks mesmo a jeito à nossa espera! Encontramos o hostel mas parecia abandonado e na porta um papel a informar que a recepção tinha mudado de rua. Chegamos, uma senhora asiática de inglês estranho atende-nos muito à pressa e sem explicar grande coisa. Daí, com as chaves, seguimos para outro edifício. A cave. Escondida. Ilegal em cada canto. Outros viajantes acabados de chegar riem-se do mesmo que nós. Mas que sítio é este!? A mim, ninguém me demove da ideia que aquilo era um antigo restaurante chinês que foi fechado. A julgar pelo balcão meio encoberto e a arquitectura das casa-de-banho. Tirando isso, tudo era pré-fabricado, sem janelas e com tubos de qualquer coisa a passar a meio metro dos beliches de cima. Um frigorífico. Uma mesa. Nada mais. Estranhíssimo! Bem, uma noite não dói. Ao menos há lençóis de hospital e colchões! É o que dá ficar no hostel mais barato de Vienna de Áustria!! Saídas dalí, o primeiro ponto de paragem, mais fora do centro foi o Schobrunn Palace. Morada da família real do império áustro-húngaro e da famosa princesa Sissi! O Palácio, os jardins (que contam o mais antigo zoo do mundo e um labirinto de ciprestes) e a Gloriette lá no alto. De arrepiar!!! Mesmo. Não tenho palavras. Grandioso. Ilustre. Perfeito. Sonho. Estávamos a começar bem. Vienna mostrava ali todo o seu encanto.









































Seguimos para o centro. Começamos pela ópera, subimos a avenida principal até à SthephansPlatz onde a catedral gótica mostra a sua grandiosidade. Mais uma vez sem palavras! À volta esplanadas, lojas e um ambiente genial. Seguimos caminho pela Graben. Provavelmente a rua mais bonita do mundo... Nada mais consigo dizer. Damos a volta pela MichaelerPlatz e mais uma vez ficamos sem respiração. A cruzar a biblioteca nacional e a Albertina, deparamo-nos com um bejo jardim rodeado de palácios, como em tudo em Vienna, e uma pequena multidão de jovens a apreciar o sol e a relva enquanto se conversa, lê, toca ou ouve música. Deixamo-nos sentar. Tão bom.












































Mais uma vez seguimos caminho, mas ao chegar ao palácio real a desilusão instala-se. A partir dali o caminho estava condicionado graças ao Euro2008. A partir dali estava a ser montada uma estrtura para assitir aos jogos e receber os adeptos, FanZone. Basicamente estragar a beleza de tudo aquilo que ainda havia para ver. Mas vimos, assim um pouco mal, mas vimos!! O Parlamento, o Rathaus e o Burgtheater... Já não havia folgo! Tanto para o cansaço como para a cidade. Vienna não pára. A cada esquina há algo ainda mais bonito! Tanto tanto, tão genial que irrita! Voltamos para a avenida paralela à rua do hostel e acabamos a tarde à conversa no starbucks. Ao menos que o preço de um mini brownie e um café valha a pena!

Na manhã seguinte fazemos o check out, mas ainda desconfiadas deixamos as mochilas no hostel para tentarmos ver mais um pouco desta maravilha chamada Vienna de Áustria. Partimos de manhã, ainda com o mesmo bilhete de metro, ainda vemos a Karlskirshe e damos por nós no Museum Quartier. Um encanto para qualquer amante de arte, num quarteirão onde vivem pessoas e onde confluem todos os grandes museus de Vienna. No centro uma esplanada, um café e umas long chairs para variados efeitos. Ler, estudar, conversar e ouvir música. Os bilhetes para os museus oferecem várias opções. Não temos dinheiro nem tempo para entrar em nenhum. Como não há dúvida que Vienna é para voltar, não me preocupo. Para voltar? Vienna? Vienna é uma cidade para se viver!! Não tenho palavras. TUDO É BONITO. Não há rigorosamente nada feio em lado nenhum. As ruas, as esquinas, a relva, as pessoas, os cafés, o ritmo, o metro, o eléctrico, o sol, a luz. Tudo é lindo em Vienna. Tudo. Nunca pensei que fosse possível. Mais uma vez, e uma vez mais, a Áustria confirma-se como a minha paixão europeia. Seguimos estoiradas para o comboio. No tempo de espera ainda damos uma espreitadela no Belvedere. Mais um palácio/galeria de arte onde a colecção de Klimt é a obra por excelência. Folgo, onde estás? De volta a Ljubljana. Espírito renovado e objectivos cumpridos. Cidades de sonho e momentos únicos. Budapest, tanto mais por descobrir e entender. Bratislava, a pequena, bela ostracizada no meio das outras duas. Vienna, futura morada?