sábado, 10 de maio de 2008

6 dias de muito... THE BALCAN TOUR, Maio 2008, Parte 2

Chegados à costa da Croácia a primeira visão foi o mar!! Mar Adriático, azuuull com ilhas em todo o lado. Não é fácil ver a linha do horizonte, há sempre ilhas... Depois de nos livrarmos das mochilas no hostel que ficava a 20 minutos a pé do centro seguimos, já de noite, para a cidade. Logo aí a primeira impressão foi: LINDO!! Ruas de mármore, uma baía lindíssima com imensos barcos, desde iates a pequenos botes coloridos de pescadores, a ilha de Lokrum à frente, igrejas, ruelas, esplanadas e a muralha que rodeia todo o núcleo antigo da cidade extremamente bem restaurado. Depois de um passeio calminho com cheiro a mar, eu e a Bea resolvemos jantar qualquer coisa marítima de não seja atum: impossível em Liubliana! Delicioso. Salada marítima com ameijoas, delícias do mar, gambas e berbigão, e lulas no forno com batata assada... É preciso dizer mais alguma coisa?? Umas cervejas noite fora na esplanada mais aconchegada do vento e regresso ao hostel. O dia seguinte foi memorável! Saímos de manhã para a visita à cidade com uma guia. Biquíni, a minha saia branca, chinelos, top e pouco mais! 30º! O Sol faz as pessoas mais felizes. Cidade não balcânica. Mediterrânica. Mistura de pormenores que lembram Espanha com uma enorme influência italiana. Sinto-me quase no meu habitat! Corremos tudo em algumas horas, percorremos a muralha toda, subimos à torre, muitas fotografias, uma paisagem genial, muito sol, protector e um pequeno escaldão em forma de top! Rapidamente se passa e não se sente o quanto de andou. Tempo agora de apanhar o barco e seguir rumo à ilha...
























































O meu lugar estava marcado, as pernas doíam como raramente mas, no barco, a popa era minha!! =) À chegada fazemos uma pequena paragem para almoçar e, qual não foi a surpresa da sobremesa: gelados Olá!, um cornetto para mim! Daí seguimos para um lago de água salgada mesmo ao lado. O mar ainda está muito frio, dizem. Vamos tentar aqui... E foi aí, com sol e alguns embaraços devido à brancura de inverno, que pude mergulhar no Adriático! Doem os olhos do sal que é muito mais forte, os ossos reagem ao frio da água. Estava fria, sim, muito. E então? Não há nada que se compare a este prazer...Não tenho palavras para descrever e tão pouco são necessárias. Uns demoravam, outros entravam de repente, uns levavam os chinelos não fosse haver algum Adamastor escondido nas pedras (ou seria um porco-espinho daqueles que se passeam pela ilha?), outros saltavam do ponto mais alto (uns 5metros...), fazendo subir os níveis de adrenalina, até mesmo do público presente. Devia ter feito o mesmo, agora arrependo-me... Uma tarde única e um sorriso no rosto de todos! Seguimos de novo no barco para a cidade. Umas comprinhas, ida ao hostel, e saída de novo com direcção à mesma esplanada da noite anterior onde a moça tinha gostado de nós e nós dela, graças às bebidas gratuitas no fim da noite...




































Mais uma noite, mais uma manhã, mais umas horas dentro de um autocarro... Chegada a Split ainda cedo. Primeira impressão: “Mas estamos em Cascais?” Já a guia dizia que a paisagem é tipicamente mediterrânica. Um longo calçadão de mármore com altas palmeiras, embarcações para todos os gostos, sim cruzeiros incluídos, gente a passear e gelados em todas as mãos. Split é a 2ª maior cidade da Croácia. Aqui, no ano 293 d.c. o imperador romano Diocletian construiu o seu imenso palácio de portas para o mar que ainda hoje é o centro da cidade. Entretanto já muito mudou, e o calçadão foi construído em cima da linha do mar à frente do monumento. Do palácio sobram muitas paredes, a igreja interior construída no Renascimento, e casas que gradualmente povoaram os arredores e o seu interior onde ainda vivem pessoas. Depois da visita com a guia-de-discurso-decorado-para-idosos tivemos o nosso tempo livre para jantar (calamares frescas!!) passear, conversar e beber mais umas cervejas na esplanada mais perto da água que conseguimos. É a última noite, já todos nós nos conhecemos e partilhamos histórias e momentos. Os grupos estão formados mas nunca fechados em Erasmus. Acabo a noite numa conversa sócio-político-cultural num grupo com o pessoal do SOU, ou seja, eslovenos, croatas e bósnios, os amiguinhos do país basco mais um espanhol e outro português. Não consigo fugir, sul da Europa, cabelos pretos, entendemo-nos!! =)














































Segunda-feira, dia 5 de Maio, último dia da grandiosa Balcan Tour. Mais umas horas de autocarro. Já não há conversa, já não há posição, já não há música que resista, resta aguardar... Contudo ainda não era Liubliana que nos esperava, mas sim o Parque Nacional do lagos de Plitvice, ainda na Croácia. As fotografias já vistas anteriormente deixavam adivinhar um pequeno paraíso pintado de azul e verde. Considerado património mundial pela Unesco, as infraestruturas do parque não são mais que trilhos de madeira com 4 percursos (maiores ou menores) à escolha, caixotes do lixo de madeira em cada canto, lentos barcos para não mais de 50 pessoas, e uma pequena estrada que, através de uma espécie de autocarro, apanha as pessoas no fim do seu percurso e as leva ao ponto de partida. Preço:cerca de 3€. Compensação:indescritível! À chegada uma enorme cascata com uns 30metros, diria eu... Começamos a descer até ao nível da água, passamos por cima de um lago, seguimos caminho, mais cascatas, outra ponte, outro lado, mais árvores, mais verdes, outro lago, mais azul, uma ponte, dois caminhos à escolha, outra árvore que gentilmente toca na água, fria, transparente, os salpicos, o som, os peixes, muitos, pequenos, grandes, passadeiras de madeira que respeitam o contexto, caminhada, ritmo, silêncio sff... Chegamos ao lago maior, um barco leva-nos para outro lado, mais árvores, mais escolhas, mais caminhos... “O mais longo? Sim, vamos...” Não sei quanto andei nem interessa. Teria andado mais, só pelo caminho. Porque aqui, chegar não interessa.



















































É nestas viagens que temos noção que o cansaço é algo tão relativo como tantas outras coisas. Depois de 6 noites muito mal-dormidas e mais de 45 horas de autocarro, os meus olhos ainda abriam a cada local novo. As minhas pernas ainda respondiam aos apelos de procura. Uma semana única, diferente, especial, marcante por tudo o que vi e vivi de bom e de mau. Da crueldade de Sarajevo, à cidade mais turística da costa da Croácia, até a um Parque Nacional património mundial pela sua beleza, esta viagem teve de tudo. Até as bebidas compradas pelos camaradas do SOU na última de serviço para gastar os últimos tostões de kunas croatas!! Música cigana bem alto e garrafas de plástico que se partilham com risos e frases já emblemáticas: “Very nice, very good, CACHONDAAA pff pff pff pff... C´mon!!”. Escrevo-as aqui para mim. Porque um dia as vou querer lembrar... Chegamos a Liubliana perto da meia-noite. É 2ªfeira. Tenho a dizer que mais de metade do autocarro ainda foi para o Parlment continuar a festa. Eu não. Precisava de parar, chegar a casa, fechar os olhos e deixar-me levar pelas memórias ainda frescas daquela que foi a melhor viagem em Erasmus até agora. Balcãs? Muito mais ficou por ver. Quero mais. Tempo. Ali há tanto, tanto. Tanto mais...

1 comentário:

Unknown disse...

Basta ver o teu sorriso para perceber o teu texto e entender o quanto o sol e o mar te fazem falta!!!!!
Nunca mais paras de comer galamares, eheheheh!
Bjs
Zira