quarta-feira, 5 de março de 2008

Kranjska Gora – Get to know each other weekend!!

Sexta-feira, 16h, ponto de enconto no Tivoli Park para cerca de 130 estudantes Erasmus que estão de partida para essa vila algures no norte. Primeira viagem. No autocarro ouvem-se todas as línguas mas, é óbvio, o português sobressai. Somos cerca de 25 portugueses este semestre! Na viagem até à base dos alpes, passamos por outras vilas e pequenas comunidades. Planícies e floresta. Pequeno recanto da Europa, desconhecido pelo maioria, mas amado pelos presentes. País de histórias.

Kranjska Gora fica a cerca de duas míseras horas de Liubliana e talvez nem a 20 minutos das fronteiras com Itália e Áustria. Pequena vila, pouco turística, apenas para os amantes de Ski e Snowboard. Fica num vale, escondida entre as montanhas com neve permanente lá no alto. Cá mais perto vêm-se as pistas para a prática do tal desporto. Aquele que parece que não me atrevo a experimentar!

Ficamos todos num youth hostel. Tudo só para nós, não havia mais ninguém! Ainda nem tinha recebido a chave do meu quarto, já havia pessoal na sala de convívio na cave a fazer o gosto à boca. Bar aberto durante 3 dias... Parece bem? A festa vai começando para todos, e à hora de jantar já os risos são diferentes. Que mais posso dizer? As músicas de sempre e um Talent Show que não o foi porque ninguém quis actuar...

Uns mais alegres que outros e tudo se encaminha até que a Rita desce até à cave e me diz que há um gajo louco lá em cima, aos berros, a querer bater em toda a gente. Sim, simplesmente bêbado ou louco, não sei. Normal não era. A esta altura já estava com as mãos amarradas porque queria bater em toda a gente e chegou a agarrar um rapaz da associação de estudantes, a gritar , a dizer que o queria matar, que ele era católico... Parecia possuído. Mesmo a sério. Foi se calhar das piores coisas que vi na minha vida. Não dizia quase nada, só gritava e dava pontapés em tudo. Não parecia um homem, era quase animal. Tão bêbado que estava, ou tão louco que era, já nem controlava as suas funções corporais. Baba-se, lambia-se... Não quero descrever mais. Todas as pessoas da organização à volta dele. Acabaram por chamar a polícia. O cheiro tornou-se insuportável. Basicamente, numa frase e desculpem-me os termos. Cagou-se todo. Sim. Um rapaz da organização e um polícia tiveram de lhe dar banho antes de o meter na ambulância...

No dia a seguir quase não havia outro tema de conversa. Rapaz da Islândia, com 29 anos! Lembro-me dele em algumas aulas. Sempre na primeira fila, com o PC ligado e sempre a fazer questões ao professor de Visual Culture. Teve de passar 12 horas na prisão. Soubemos que tem antecendentes de álcool na família. Para mim, aquele comportamento não foi mera bebedeira. Posso dizer que já vi muitas. Aquilo é um caso psiquiátrico. Quando saíu não se lembrava de nada e passou o dia a chorar a dizer que queria voltar para casa... Entre comentários constantes, estranheza e algum nojo, o sentimento era quase de pena. Iria ele aparecer outra vez na festa? Apareceu. E no autocarro de volta também. Não falou com ninguém e não sei mais nada sobre ele sem ser isto. Vi tudo naquela noite. Mas admiro-lhe a coragem por ainda ali estar.

Mas esqueçamos o islandês. O dia foi passado na ronha... Alguns corajosos acordaram de manhã para ir para a neve. Outros, como eu, preferiram passear na vila, e ir comprar comida ao supermercado porque no Hostel as refeições eram terríveis. Ao fim da tarde havia uma caminhada até a um lago do outro lado da vila. Não tinha quase àgua nenhuma, só vestígios de gelo. Já era noite. Acendemos umas tochas. Gostei. Sempre gostei destes momentos mais místicos.

Noite de sábado! Sim, aqui é todos os dias. Nem nos deixam para recuperar decentemente... Abshint party, dress code – green!! Nesta noite a festa começou mais tarde, qual ressaca do dia anterior. E pronto, as músicas do costume, as conversas sobre “internacionalizações” e a noite segue animadíssima sem problemas. Diz que a primeira nestes fins-de-semana é sempre a pior.

Domingo de manhã, o sol brilha! Parece verão! O pessoal arruma as coisinhas e vêm para a rua apanhar uma cor antes de se enfiar no autocarro. 18º... Tão bom. Que saudades disto. Deixamos Kranjska Gora pouco depois das 12h. Próxima paragem? O ansiado lago de Bled, que fica a caminho de Liubliana.

1 comentário:

Unknown disse...

Onde há um português há sempre dois ou três, oi aí há 25, fora os outros....
A cor verde deve ser para os outros ficarem verdes de inveja ou então "verdes por uma green" que aí parace que não existe!
Ainda não viram os anúncios do Bruno Nogueira!
Chega de disparates, o fim de semana parece ter sido bom e parece que não foi o último!
Erasmus, Erasmus a quanto obrigas........