segunda-feira, 21 de abril de 2008

Veneza iluminada! 19 de Abril

Inscrevi-me para a viagem de um dia a Veneza mais para desanuviar e passear do que propriamente para lhe conhecer os cantos. Já lá tinha estado, em 2004 com a família “ferrobíco” (há quantos anos não usava esta palavra), e já na altura me tinha fascinado apesar de ter ficado com a sensação que não havia muito mais para sentir ali. Sim é linda, sim é única, sim é diferente, sim é labiríntica, sim é romântica até não se poder mais, sim é isso tudo e mais alguma coisa... Já o sabia. Mas acredito que este foi um dos melhores dias que tive para mim mesma a nível pessoal desde que cheguei a esta esquina da Europa. Saímos de Liubliana às 5h... Aliás 5h30! Era eu a atrasada desta vez. Agradeço tanto que tenham esperado por mim e mal tinha cara para olhar para o pessoal do autocarro que tinha conseguido estar lá a horas. Não dormir foi uma opção, por isso fui directa do Media Park para casa fazer a mala e depois directa para Veneza. O problema foi a “agressividade líquida” da festa, primeiro em casa num jantar de gajas, depois no dormitório da FDV e depois no habitueé Media Park, mas tudo se resolveu. Há noites assim, nada a acrescentar!



























Adormecida e a recuperar com um red bull ao lado, nunca mais me lembrei que íamos entrar em Veneza de barco. Mal chegámos à costa o meu dia estava ganho: Mar!! Andar de barco! Vento na cara!! Weeeee... Qual sorriso de criança! Para além disso, sol! Muito sol! 20º graus potenciais para andar de tshirt e chinelos! Perfeito! Deito-me na popa do barco. A Bea, o Nicolas e a Vanessa riem-se da minha felicidade. Nem eu a consigo explicar! Os salpicos da água molham-me mas não me importo. A velocidade, o vento desalinhante. Sabe bem. Muito bem, mesmo. Quase adormeço com os balanços. Aqui apercebo-me da falta que o mar e sol me fazem e tive a certeza que, este ano, quero passar o meu verão em Portugal!





























A primeira paragem foi a ilha de Burano com as casinhas coloridas e as lojas de rendas. Se tivesse uma casa aqui seria... branca! Só para ser diferente! Ahahah. Segunda paragem, Murano. A ilha das fábricas de vidro, onde podemos visitar pequenas unidades de fabrico e ver como se sopra o vidro. Um copo e um cavalinho feito à nossa frente, aplausos, e seguimos para a cidade.

































Da primeira vez que estive na doce Veneza tinha entrado de carro. Tenho a dizer-vos, quando lá forem, vão de barco. É muito mais imponente! Não há fotografia que mostre! Da grandiosidade inicial para depois te perderes nas ruelas seguintes. As duas colunas que eram, a “porta” da Veneza antiga sem acesso rodoviário, a primeira pequena praça de S Marcos, o Palácio Ducale, a catedral, o relógio secular e a gigantesca segunda praça de S. Marcos. Atrevam-se a tomar um café numa destas esplanadas onde muitos o fizeram ao longo da história. Um café pode custar 8€, porreiro pá! Eu não o fiz, ainda.
























No meio da enchente anualmente constante de turistas e de pombos que, confiantes, arriscam mil razias nas nossas cabeças, seguimos caminho para as ruelas. Mini canais, as gôndolas, os casalinhos por todo o lado... Não conheci, até hoje, cidade onde se sente tanto amor pelos cantos. Apesar do inesgotável ritmo de turistas, é possível encontrar momentos sossegados... Procuramos caminho até à Ponte do Rialto que passa o grande canal. Memórias de há 4 anos. E que tal uma foto exactamente no mesmo sítio!? =)








































Às 17h voltamos a apanhar o barco que nos leva ao nosso querido autocarro. Back to Liubliana. Sensações renascidas. Dia quase-perfeito. Sorriso na cara e um cansaço saboroso. Que haja mais dias assim!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

15 dias...

E aí vão 15 dias sem escrever… Porquê? Não há razão, é um facto meu caros. Aqui apresento o meu pedido de desculpas aos meu assíduos leitores...

Podia ter muita coisa para escrever. Mas nem sei. No sábado, dia 5, fomos numa visita à zona de Karst da Eslovénia. Visitamos as Skocjan Caves, património mundial da UNESCO. Não foi fascinante devo confessar, bonito vá... Estalactites e estalagmites geniais mas nada que não tenha visto antes. Pensava, mas porque raio estas grutas têm o selo do UNESCO? Continuamos a excursão underground, quais visões claustrofóbicas, até passarmos para uma segunda parte das grutas, as Murmurs Caves. Ah! Aqui sim! Ah... é um rio! Sim sim, o rio Reka passa dentro gruta criando quedas de água e rápidos. O som da água é fascinante, murmúrios da natureza. Não nos deixavam tirar fotografias lá dentro, só mesmo na rua... Assim que chegámos ao fim do percurso e começámos a notar a cor do sol a surgir, tirámos as máquinas e registámos a saída. Saída natural, qual luz ao fundo do túnel. Genial, conquistou-me no fim!























De seguida fomos até Lipica, vila reconhecida pelos seus cavalos brancos! Cavalos dos reis. Por milagre genético devido a cruzamento de raças nascem pretos e com o tempo ficam brancos. Visitámos a quinta onde criam estes cavalos, num passeio no meio dos amiguinhos de 4 patas brindado pelo sol. Acabamos por encontrar um banco, num jardim relvado. Como o autocarro teve uma avaria e tínhamos de esperar, não precisamos de mais para passar um bom bocado. Amigos, sol, relva e um banco:
momento para mais tarde recordar.






















Depois de um longo almoço num restaurante/tasca/casa típica algures num vale, em que asas de parapente voavam por cima de nós, e de uma descida do monte um tanto atribulada ( e ainda uma quase-entrada em contra-mão na auto-estrada!!!), chegámos à vila medieval de Stanjel. Eram 19h e o sol já desaparecia lembrando que o seu calor ia com ele. O cansaço ganhava força. Uma hora a passear pela vila-quase-abandonada com algumas casas em cimento a destoar as antigas feitas de pedra. O guia local mostrou-se disponível e realista. Podia ser muito mais bonito, se não a tivessem estragado. Minha querida Óbidos! =)

A semana segue natural em Liubliana. Aulinhas, saídas, Parlament pub, trabalhos para a faculdade cujos prazos vejo a aproximarem-se vertiginosamente e chega mais um fim-de-semana!! Noite de sexta-feira: 1ª sessão de Lord of the Rings no quarto da Bea. Extended versions, uh uh! Próxima sessão ainda não agendada. Sábado à noite: e que tal tentarmos a nova disco no centro que é no sítio onde era a Global (a melhor, segundo os compinchas do 1ºsemestre, mas que fechou porque alguém matou alguém lá dentro, não consegui ainda confirmar os factos)?? Nome: Tramontana! Bem, jantar num italiano com amigos e entrada na discoteca à meia-noite, porque quando não há mais portugueses tenho de seguir os horários deles! Que sítio genial! Num dos edifícios do centro subimos num elevador até ao 5º piso. Chegamos à varanda e temos um vista única para o castelo e o centro de Liubliana. “Gente gira” desta pequena capital começa a chegar. Popstars e Cristianos Ronaldos! Em apoteose abrem-se as cortinas de veludo que dão acesso à pista e a festa começa! Ah... pois... música pop balcânica, turca... All night long!!! Uma hora e pouco depois não aguentamos e vamos até ao doce vale dos lençóis! Pessoalmente acho que pode ser giro. Só gajas, bebedíssimas in dance mood. Hei-de tentar! Voltamos à semana, festa no Parlment com uma maioria portuguesa que se revelou animada, almoçar o Joe Penas na 3ºfeira (AMO!), e fazer poucas coisas úteis apesar da minha agenda gritar por atenção. Já estou naquele ponto do semestre: como fazer a tempo!!!??
























O mês de Maio está impossível. Aliás os meus paizinhos queridos (lol, feliz mãe!?) vêm cá no próximo fim-de-semana, depois tenho a balcan tour à Bósnia e Croácia durante 6 dias, depois tenho um fim-semana livre no qual quero ir a Belgrado (mesmo!), depois vem o meu irmão durante uma semana, e depois acaba o semestre!!!! Ai ai, tempo porque voas?? Como diz a Sophie que vai-se já embora daqui a uns dias: agora é que está realmente a começar!

Amanhã, um dia em Veneza!! Já lá fui, mas não resisti... =)

Beijinhos

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Portugal allez!

São 3h e tal da manhã neste momento. Que estou eu a fazer acordada? Pois, um trabalho final para a pior cadeira do mundo. 1500 palavras, em inglês óbvio, sobre as relações de poder e influência entre os média e o poder político, com base num livro fundamentalista do Srº Drº americano Chomsky. Para quando? Daqui a umas horas, às 8h30, em papel (quando não há impressora, em mãos, na aula). "Tá forte tá..." como diz a maria Rita. Mas então, porquê perder tempo a escrever um post? Já se sabe que nestas alturas faz-se tudo menos o que é suposto. Talvez precise de mais pressão... eheh Vais estar feito com certeza.
Bem, o que me leva a fazer um post é o jogo de Futsal Eslovénia-Portugal de hoje à noite em directo e ao vivo de Liubliana! Éramos uns 30 Erasmus nas bancadas com tudo a rigor: cachecóis, bandeiras, cartazes para a mãe a pedir dinheiro, a pedir praia, sol, cozido, pastéis de belém, sardinhas, palmiers cobertos, amêndoa amarga... ai, só de pensar! Risada total!! Acredito que neste momento, os eslovenos ali presentes odeiam-nos pelo barulho e espalhafato que fizemos à boa maneira portuguesa. Ganhámos 6-1. Ooooohhhh Portugal aleeeeezz!!!! No fim, os jogadores vieram à bancada dar-nos um galhardete da federação (estarei correcta no nome desta coisa?), tirar fotografias connosco e combinar a noitada! Sim, sim! O Gonçalo, que esteve no Benfica em Atletismo conhece um deles, simples! Ponto de encontro no hotel e de seguida levá-los para o KMS. Teria sido genial mas não fui. O trabalho não me deixa. Mas quem é que inventou que o Erasmus é MESMO para estudar para alguns? Porque é que a experiência não pode valer créditos por si mesma? Estamos na era da globalização: saber estar, respeitar e conhecer outras culturas é crucial certo? devia haver créditos universitários só pelo desafio e pela experiência. Bem, já é o filosofanço de Political Theorie que está a dar de mim. Vamos lá voltar ao trabalho que ainda tem muito por onde crescer. Para quem quiser ver, aquilo que os jornalistas decidiram publicar sobre este jogo, posso informar que, até agora, fomos mencionados 2 vezes numa notícia e há uma foto da fila da frente: o Gonçalo e o Miguel, vê-se o Pedro de t-shirt vermelha à direita, e a cara da Patrícia à esquerda. Aguardamos actualizações da actualidade do futsal nas próximas horas!!


Título - Portugal cilindrou a Eslovénia por 6-1

@ http://www.futsalportugal.net/novo2/


Um fadinho ouve-se diariamente, hoje um jogo da nossa selecção, a pergunta é: onde está a Fátima? Ahahah Beijinhos

terça-feira, 1 de abril de 2008

Adeus Maria.

Cheguei de Praga no domingo por volta da meia noite... Dor. A Maria tinha desaparecido. Nem vestígios do cadeado, nada. Como se nunca tivesse existido. Nada a fazer agora. Provavelmente já tem outro dono. =(

!!!Praga – Rep. Checa, de 27 a 30 Março

Os dois autocarros de alunos Erasmus em Liubliana arrancaram às 22h. Pela frente esperavam-nos 12 tortuosas horas de viagem até Praga, onde chegámos pela manhã. Pelo caminho, as paragens nas estações de serviço não eram suficientes para esticar o corpo. 10 minutos e estou de volta ao banco minúsculo que teima em não me deixar dormir. Nessa noite, uma horinha de sono, nada mais. Chegámos à grande cidade. Em frente ao Museu Nacional, no topo de uma das maiores avenidas, delineia-se o plano do dia. Percorrer a cidade com um suposto guia, e às 15h estaríamos a caminho do hostel onde iríamos passar as duas noites seguintes. Naturalmente, no meio da “praga” de turistas, o grupo acaba por se dispersar na ponte principal. Não me incomódo. Nem eu, nem a organização que apenas se responsabiliza pelos horários do autocarro e do hostel. De resto estamos por nossa conta. Óptimo! Para quê andar feito rebanho num grupo de 80 pessoas quando podes andar ao teu ritmo com as pessoas que mais gostas e ver as coisas que mais te interessam. A cidade revela-se tudo aquilo que imaginava. Não há palavras. Cada esquina seu edifício mais belo que o outro, cada rua mais majestosa que a anterior. Igrejas, torres, relógios, teatros, museus... A praça do relógio de cuhcuh... Chegamos à ponte. Do outro lado vemos a grande catedral dentro do maior castelo do mundo. O sol brilha para nós, o rio reflecte a sua luz na corrente. Que dia fantástico!

































Depois da meia visita à cidade, vamos almoçar. Antes disso tentámos trocar dinheiro numa lojinha ali no centro. Não têm euros os ilustres checos. E importam-se com isso? Não! É sempre uma boa maneira de enganar os turistas mais distraídos que naturalmente não conhecem a moeda checa. É nos trocos, em que por vezes surgem moedas da Hungria ou da Lituânia, é a receber euros e cobrar 5€ por algo que vale 2€, é nos câmbios.. Em todo o lado a tentar roubar o turista que lhe dá trabalho. Connosco também. O pessoal do SOU( organização) avisou-nos que a a taxa de câmbio normal seria 24kr por 1€, nunca menos de 20kr e quanto mais melhor. Pois bem, os senhores das lojinhas de câmbio que se multiplicam em cada esquina anunciam taxas fantásticas de 28kr ou 26kr... Mas depois, em letras pequenas, metem o preço real de venda das kr, assim de mansinho, sem se notar... Fomos trocar dinheiro, eu, o Fred e a Bea. Recebi o meu e comecei a fazer contas... O quê? 19kr por 1 euro? Pois, logo vi que nos iam tentar enganar. Entretanto já eles tinham trocado também. Pronto, perdemos meia hora a discutir com o senhor. Eu não saía dalí sem o meu dinheiro de volta! Não mesmo. “Ah, a transacção já foi feita, não posso fazer nada. Tá ali escrito a taxa a que vendo as kr, não posso fazer nada, é esse o preço que faço...” Mas tá a brincar comigo, ai ai! Tá lá escrito mas em todo o lado anuncia 28kr? Quer enganar ao menos admita que o faz! Bem, a Bea a dizer que éramos estudantes a pedir por favor. Eu a mandar as coisinhas à cara: junção infalível! Pedi o livro de reclamações e a situação resolveu-se! Diz que é mau para a casa ter queixas escritas... Ahaha, fez-nos o câmbio outra vez por uma taxa de 23kr. Melhor já não conseguíamos.















Daí fomos almoçar a uma pizzaria e depois fomos para o hostel. Já tudo dormia uma sesta, menos eu. A noite era de jantar de comida checa e noitada! Não vou dizer que não gostei da comida, pelo contrário. Os acompanhamentos e a quantidade é que deixam a desejar. Ou serão os portugueses que comem muito? Parecia a carne assada da minha querida mãe, bem “puxadinha” como se quer, mas a acompanhar diz que era uma espécie de panquecas de batata e de miolo de pão... Enfim. Seguimos para o centro, mas como somos muitos os grupos dispersam-se outra vez. Esquece lá a guia: era uma checa ex-aluna erasmus do 1ºsemestre que facilitou o serviço e sabia pouco mais que nós. Acabámos cedo no hostel. O corpo exigia e o tempo já mão era muito. 2 horinhas de sono chega?
Manhã seguinte. Vamos com o SOU visitar um dos maiores estádios do mundo, mas que está abandonado, do Sparta. E depois, ver o castelo por fora e a catedral! Lindo lindo lindo lindo lindo lindo lindo lindoooo... =)













































À tarde separámo-nos do grupo e vamos visitar o Museu do Comunismo. No bilhete diz “Dream, reality, nightamare... Occupation 68, Revolution 89”. Uma reconstrução dos factos históricos da Rep.Checa quando ocupada pela União Soviética. Objectos da época, cartazes, mapas, fotografias, livros escolares (iguais aos nossos no Estado Novo?), quadros, relatos. No início uma grande estátua de Marx e de Lenine. No fim, um filme de 1989, na revolução, com a polícia política agredir os que exigiam liberdade. Uma sátira a si mesmos, aquilo que começa como um sonho e acaba num pesadelo. “Mesmo em cima do MacDonalds e ao lado do Casino... é aqui o Museu do Comunismo.” Genial.






























Fim da tarde, hora de comprar souvenirs e ir de caminho para o hostel. Comprar vinho branco e sprite no supermercado porque afinal a vida aqui não é assim tão barata. Seguimos para a mais conhecida discoteca de Praga, ao lado da ponte. Anuncia-se a si mesma como a maior discoteca da europa central!! 5 pisos, 5 estilos de música! Escusado será dizer que nessa noite mais 1 horinha de sono foi o possível!
Manhã seguinte, hora de partida 10h.Um paragem estúpida durante 2 horas num centro comercial e partida para Liubliana às 13h. Porquê não nos deixaram dormir? Bem, valeu pelo sol, pelas últimas kr gastas no Mac e pelas conversas de quem acaba de passar um fim-de-semana juntos!
Praga, a grande capital, turística e famosa. Não fazia Erasmus aqui. Ainda bem que escolhi a pequena Liubliana, calma, segura e onde a comunidade Erasmus é unida e todos se conhecem. Praga, uma das cidades mais lindas do mundo que não deve nada ao título. Que dias fantásticos, que angústia não ter tempo nem forças para fazer mais. As minhas costas não me deixavam. Sim, para voltar em qualquer oportunidade que apanhe nas mãos! Tanto ficou por ver, tanto por aprender, tanto por descobrir. Total de horas de sono em três noites: 4h30. Total de fotografias: cerca de 350. Número de pontos de interesse: incontáveis. Número de gargalhadas: infinitos! =)